Alguém me inqueriu há algum tempo perguntando se estava cego de amor. No momento fiquei sem saber o que dizer, depois fiquei meditando nessa expressão: Será que o amor pode cegar?! Pensei que ele nos fazia enxergar.
Mas se você está no mesmo dilema que essa pessoa e começou a se questionar é um bom sinal; está meio caminho andado da saída, afinal se realmente estivesse cego não teria visão para fazer uma pergunta dessas!
Bem, o primeiro passo foi dado, então prossiga: chegou o momento de reconsiderar esse sentimento que tomou conta de você refletindo, à luz da Bíblia, na vida de um grande homem que sofreu as consequências de um “amor cego”.
Sansão se afeiçoou (ou se apaixonou) por Dalila (Juízes 16:4); essa afeição fez com que a relação com ela se tornasse mais importante e mais “forte” que a força divina de um nazireu de Deus. É interessante que mesmo sendo enganado por três vezes consecutivas quando inventava falsas maneiras de liquidarem com sua força, deixou-se enganar uma quarta vez ao revelar o verdadeiro segredo dela (Juízes 16:4-21).
É isso que está acontecendo com você? É assim que você tem se sentido? É assim que tem agido em suas relações? Seu relacionamento tem estado acima das atividades e frequência na igreja, das horas de oração, da leitura bíblica, da sua comunhão com o Senhor?
Se chegou nesse nível tenha cuidado redobrado, talvez o que você sinta não seja nem paixão; daqui a pouco seu par vai começar a lhe pedir provas de amor como Dalila… Não me diga que isso já aconteceu!
Olha, o verdadeiro amor é provado no dia a dia com ações que refletem as características desse sentimento (I Coríntios 13:1-8a); são atitudes realizadas por livre e espontânea vontade e jamais estabelecidas por intermédio de exigências, muito menos de loucuras e exageros. Todo amor autêntico e genuíno é sentido e partilhado e não se baseia em cobranças.
Sansão era um nazireu de Deus e você, apesar de não ter esse título, é um escolhido do Todo-Poderoso; Ele nunca abandona a quem escolhe, mas nós, do contrário, o fazemos com facilidade, por “amor” a pessoas e/ou a coisas.
Nenhum de nós é dotado de superpoderes, aliás somos pequenos demais diante das grandes provações da vida principalmente quando se refere a sentimentos. Podemos até nos sentir muito fortes nesses momentos a ponto de querermos sair por aí gritando: “Eu tenho a força!”, mas não somos nem um He-Man para ter tal “força” (ele também tem seu ponto fraco), muito menos pra evocar os poderes daquele que não tem poder algum sobre nossa vida.
Se você constatar que se encontra na escuridão como Sansão, que foi acometido de uma cegueira sentimental se deixando levar por “brincadeirinhas de amor”, peça forças ao Senhor que tudo pode, é a Ele que você deve evocar, louvar e honrar (Juízes 16:28a).
Lembre-se também que nem tudo foi derrota na vida do amante Sansão: por amor ao Pai, retomou a visão de sua imagem de servo do Altíssimo; por amor ao Pai, ressuscitou para a vida eterna e morreu para o mundo; por amor ao Pai, entregou seu maior bem, algo mais precioso que sua visão (Juízes 16:30b).
Para a mulher “amada”, ele entregou sua força; a Deus, sua vida.
Considere essa lição que as Escrituras Sagradas descrevem… sua cegueira tem cura, o milagre pode acontecer, portanto, ore, clame e derrube as colunas desse templo de Dagom que impedem sua verdadeira comunhão com a Triunidade Divina e tenha sua visão restaurada para Deus!