Hoje pela manhã li uma reportagem que falava de uma arara-canindé que havia sido resgatada ainda filhote, pela polícia de Nova Iguaçu (RJ) enquanto era vendida por traficantes de animais. Após o resgate a arara seria devolvida a natureza, porem foi necessário passar oito meses sendo acompanhada em um local de readaptação de animais. Nesse período, ela precisou “aprender novamente a ser arara”. Estranho não é? Segundo os especialistas “É um processo quase traumático, ter que voltar à liberdade. É como uma pessoa que está presa há muito tempo e precisa descobrir o que fazer sozinha”, disse Roched Seba, diretor da ONG Instituto Vida Livre.
De certa forma, assim é nossa vida. Quando estamos longe de Deus, sem perceber, vivemos numa espécie de cativeiro. Tudo parece ser bom, porem estamos sendo privados do que há de melhor na vida. Diante de nós existem grades que nos impedem de voar mais alto e mais longe. Ao se entregar a Cristo, compreendemos o que está escrito em João 8:32 e 36: “E conhecerão a verdade, e a verdade vos libertará… Portanto, se o Filho vos libertar, vocês de fato serão livres”. A liberdade começa quando estamos ao lado de Jesus, foi Ele quem disse ser o caminho, a verdade e vida, e o profeta Isaías disse que os que esperam no SENHOR renovam suas forças. Voam alto como águias; correm e não se fatigam, caminham e não se cansam, era um conselho sobre a liberdade encontrada em Deus, quando estamos saindo do cativeiro.
Porem mesmo quando isso acontece, assim como aquela arara, ainda precisamos de tratamento, afinal de contas, foi tanto tempo no cativeiro que já não sabemos falar, pensar e agir. Perdemos o habito da gentileza, da amabilidade e do senso de justiça. Precisamos passar pelo doloroso processo de reaprender a ser gente, gente simples e ao mesmo tempo completa.
Creio ser nesse processo que mais sofremos. Mudar é um excelente slogan, mas um péssimo comportamento. Não porque seja ruim, mas porque não queremos, temos dificuldade. Mesmo assim é necessário. Que Deus nos ajude a reaprender a ser gente, não do nosso jeito, mas do jeito dEle!
