Quando, porém, disseram: “Dá-nos um rei para que nos lidere”, isso desagradou a Samuel; então ele orou ao SENHOR. E o SENHOR lhe respondeu: “Atenda a tudo o que o povo está pedindo; não foi a você que rejeitaram; foi a mim que rejeitaram como rei. Assim como fizeram comigo desde o dia em que os tirei do Egito até hoje, abandonando-me e prestando culto a outros deuses, também estão fazendo com você. Agora atenda-os; mas advirta-os solenemente e diga-lhes quais direitos reivindicará o rei que o governará”. (1 Samuel 8:6-9 – grifos nossos)
Deus nos deu um presente chamado “livre-arbítrio”. Se digitarmos rapidamente no Google esse substantivo, vamos encontrar várias definições aprofundadas, sejam elas filosóficas ou religiosas. Mas, superficialmente, é: “[a] possibilidade de decidir, escolher em função da própria vontade, isenta de qualquer condicionamento, motivo ou causa determinante”. Sendo assim, o livre-arbítrio nos dá a liberdade de escolha diariamente. Deus nos ama tanto e permite que escolhamos aquilo que queremos, inclusive, se vamos adorá-Lo ou não. Porém, muitas vezes não sabemos escolher. Quando deixamos de ouvir a voz de Deus, passamos da linha da “vontade de Deus” para a linha da “permissão de Deus”.
Quando escolhemos por nós mesmos corremos um grande risco de errar. Precisamos estar em constante comunhão com o Pai para não fracassarmos em nossa caminhada cristã. Todos os dias lidamos com situações nas quais temos que escolher como vamos nos posicionar. Por exemplo: se uma pessoa bater no lado direito da sua face, você dará a outra face para ela bater também, assim como Jesus nos ensinou (Mt 5:38)? Sabemos que é muito mais fácil reagirmos com um soco (dando lugar à carne) do que dando a outra face (obedecendo ao Espírito) … A nossa carne naturalmente desejaria a “justiça”, a vingança, mas, os filhos de Deus têm que se comportar como filhos de Deus, agindo pelo Espírito.
O povo de Israel escolheu ter um rei e teve que lidar com as consequências dessa escolha que não era a vontade de Deus (pelo menos não naquele momento), mas sim, que foi Sua permissão: O rei que Israel tanto quis foi Saul, homem que, em determinado momento de sua vida, passou a desobedecer a voz do Senhor. Saul, inclusive, foi possuído por um espírito maligno da parte de Deus (1 Sm 16:23). Somos livres para escolher, porém, somos responsáveis por nossas escolhas e suas respectivas consequências.
Israel foi advertido, porém, ainda assim, decidiu ter um rei. Israel estava tão cego espiritualmente que não pensou nas consequências. Assim que o povo de Israel decidiu ter um rei humano, rejeitou o Rei. Imagine só o coração de Deus como não ficou triste. O próprio Senhor falou a Samuel que fora rejeitado pelo seu povo, o povo que ele tirara do Egito.
Essa passagem nos faz refletir: o que temos escolhido? Temos escolhido ouvir a voz de Deus? Estamos no centro da Sua vontade? Estamos escolhendo e obedecendo a nossa carne ou o Espírito que habita em nós? Estamos vivendo a permissão ou a vontade de Deus?
Se estivermos vivendo uma vida carnal, sob a permissão de Deus, Deus quer nos dizer que ainda há tempo de viver o Espírito e a vontade do Senhor. Deus quer que escolhamos diariamente ouvir a Sua voz. Isso não aniquilará o peso das consequências das escolhas passadas, mas nos trará um futuro cheio de esperança.
Deus abençoe a sua vida.