“Logo após a chegada do secretário de Defesa dos EUA, James Mattis, a Cabul, cerca de 20 foguetes de pequeno porte atingiram o aeroporto da capital afegã (…). Alguns mísseis atingiram a infraestrutura do terminal aéreo e a pista do aeroporto. Outros caíram em uma casa, matando uma mulher e deixando quatro pessoas feridas…” (O GLOBO/ANSA/AFP 27/09/2017).
Essa noticia me chamou atenção, não pelo ataque do Talibã ao secretário de governo dos Estados Unidos, e sim pela mulher que morreu e os quatro feridos. Essas pessoas não tinham qualquer relacionamento com as partes envolvidas e foram elas que sofreram. Quanto ao secretário ele não sofreu um único arranhão.
Esse fato me faz pensar sobre os efeitos colaterais. Ao tomar um antibiótico para cuidar de uma infecção na garganta, por exemplo, a pessoa sofre enjoos. Um “gato” em uma rede de TV a cabo que traz todos os benefícios de um serviço de TV, por um preço menor, faz que os outros usuários (aqueles que usam o aparelho correto) tenham o seu serviço prejudicado.
Efeitos colaterais aparecem quando apontamos os defeitos de um irmão com “amor” com o intuito de “corrigir” e o nosso irmão se entristece e se sente menosprezado (as palavras amor e corrigir estão entre aspas de propósito) e desiste da caminhada cristã. Esses efeitos aparecem quando em nome da perfeição técnica e da grande carga de ensaios, priorizo o afinado grupo de louvor que aparentemente a igreja gosta, enquanto que aquele, que não possui a qualidade técnica ou o número de ensaios não chegou ao critério estabelecido pelo “líder de louvor”, tem seu espaço suprimido.
Cristo falou o seguinte: “Mas eu lhes digo que, no dia do juízo, os homens haverão de dar conta de toda palavra inútil que tiverem falado. Pois por suas palavras você será absolvido, e por suas palavras será condenado” – Mateus 12:36-37. Acho que dá pra resumir a ideia central do versículo em uma única frase: Tome cuidado com o que você faz!
Você não é o único alvo do amor de Deus, por mais que você se sinta um amor “personalizado” vindo de Deus, as pessoas em nossa volta também são amadas de Deus, todas elas. Diga-se de passagem, elas são tão importantes para Deus quanto você é.
Um dos pronomes de tratamento mais comum no novo Testamento é a palavra “irmão”. E isso é uma das grandes sacadas do Evangelho: tratar o outro como igual, como alguém que é tanto quanto você, nem maior, nem menor. É tratar o outro com base no segundo grande mandamento: “Ame o seu próximo como a si mesmo” – Mateus 22:39.
Esse é uma das características que se espera de um cristão verdadeiro: tratar o seu próximo, independentemente de quem ele seja, como alguém igual a você mesmo. Com amor, com respeito, com afeição sem qualquer efeito colateral.