CELEBREMOS A PÁSCOA! – Parte 1

Calma… Não me julgue antes de terminar de ler este artigo (eu o dividi em duas partes, e gostaria muito que me acompanhasse até o final deles, antes de apanhar as pedras…). Sei que a páscoa chamada “cristã” tem muitos elementos pagãos; isso é fato. Sei, também, que no livro de Atos, que narra os trinta primeiros anos da igreja cristã, não temos nenhum cristão comemorando a páscoa. Sei de igual modo, que Jesus não ordenou esta prática. Ele não pediu para os seus discípulos comemorarem a páscoa, nem como os judeus e nem como é comemorada hoje. Contudo, não temos como negar que os cristãos, por iniciativa própria, muito cedo na história da igreja, celebravam a páscoa.

 

A história mostra que, já no séc. II da nossa era, os cristãos celebravam a páscoa. E aqui cabem algumas ressalvas: celebravam não pelos mesmos motivos que os judeus, isto é, para comemorar a libertação do Egito. Celebravam para comemorar a morte e a ressurreição de Cristo. Também não celebravam da mesma forma dos judeus, isto é, numa celebração familiar que incluía uma refeição com ervas amargosas, pães asmos, e com a carne do cordeiro sacrificado no templo, etc. Os cristãos, originalmente, celebravam a páscoa comunitariamente, numa reunião de crentes que incluía o acendimento da vela pascal, orações, leituras das Escrituras e a celebração da ceia do Senhor.

 

Sendo assim, devemos afirmar que é errado dizer que os cristãos só começaram a comemorar a páscoa depois de Constantino (quando a igreja caminhava para se tornar a religião do império e se corrompeu em vários aspectos). Com Constantino veio a decisão oficial pelo dia anual em que ela seria celebrada; e foi a partir daí que anexou-se outros elementos vindos de crendices populares e até adaptados de cultos pagãos, como ovo, coelho, etc. Contudo, a celebração da páscoa, entre os cristãos, já existia.

 

Não estou fazendo estas considerações para concluir dizendo que devemos “celebrar a páscoa” como os cristãos primitivos fizeram antes dos elementos pagãos terem sido anexados a celebração. Não, esta não é minha intenção. Apesar de não achar que a mesma seja pecaminosa, Jesus não a instituiu e não vejo razão para celebrarmos a mesma. Não creio que a Ceia do Senhor é a páscoa cristã, mas é a celebração ordenada por Jesus a sua igreja. Celebrá-la é suficiente a nós.

 

À luz de todas estas observações, caminho para o final deste primeiro post, afirmando que os cristãos, de maneira geral, não acreditam que os dias em que se comemora a páscoa em nosso país sejam sagrados. Contudo, precisamos questionar se, algum cristão resolver celebrar o fato de Cristo ter morrido por ele e ressuscitado em seu lugar, nestes dias, ou em qualquer outro do ano, se o mesmo está pecando por isso. Será que está? Cuidemos para não satanizar tudo nos dias da páscoa. Às vezes condenamos até boas ações neste dia, com a desculpa que a pessoa está adorando o diabo. Fuja deste caminho, e corra para outro caminho. O caminho ordenado por Paulo no seguinte texto: Pois Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós. Pelo que celebremos a festa, não com fermento velho, nem com o fermento da maldade e da malícia, mas com os asmos da sinceridade e da verdade (1 Co 5:7-8, grifos nossos).

 

Paulo diz que Cristo é a “nossa páscoa”, e depois exorta: “celebremos a festa”. Em que sentido o apóstolo quer que “celebremos a festa”? É importante sabermos desta resposta, pois é um mandamento para os cristãos. Em nosso próximo post, responderemos esta questão…

 

Até lá!

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