Você com certeza já ouviu a frase “Fulano tem paciência de Jó!”. Esta é uma expressão antiga para dizer que alguém é muito paciente. Por algum motivo, temos uma interpretação equivocada do que é paciência. Achamos que alguém paciente é uma pessoa pacata, calada, que não exige seus direitos ou não reclama se alguém passa à sua frente na fila.
Pessoas verdadeiramente pacientes são aquelas que, em meio a provas, descontentamentos ou dor, têm uma disciplina de espera capaz de lhes dar resistência diante de situações que não merecem ação imediata. Por que então associamos Jó à paciência? Em tudo que Jó passou, aprendemos algumas coisas importantes sobre esperar e descansar em Deus, afinal Deus sabe o que está fazendo.
Jó teve de reconhecer que não era capaz de entender o que o Senhor estava fazendo. Assim como Jó, nós não temos condições de avaliar as obras de Deus. O máximo que podemos fazer é confiar na sabedoria de Deus pois “Assim como os céus são mais altos do que a terra, também os meus caminhos são mais altos do que os seus caminhos, e os meus pensamentos, mais altos do que os seus pensamentos” (Isaías 55.9). Sendo assim não temos condições de contrariar o Criador.
Diante da soberania de Deus, do seu poder infinito, o que é que nós podemos fazer para impedir Deus de ser Deus? A resposta é óbvia: nada! “Eu sou Deus e sempre serei. Ninguém pode escapar do meu poder e ninguém pode desfazer o que eu faço” – Isaías 43.13. Jó, desde o início, teve esta atitude de submissão diante do Senhor, sendo capaz de resistir aos infortúnios por causa dessa submissão. A única certeza que podemos ter é que Deus está sempre presente.
Jó sabia que a coisa mais importante na vida era a presença de Deus e por isso ele escolheu glorificar o nome do Senhor na sua solidão dolorosa. Quando sua mulher disse para ele amaldiçoar o Deus Altíssimo e morrer, Jó disse: “Não, obrigado. Vou adorar a Deus e viverei para anunciar as Suas maravilhas! Eu ainda tenho a Sua presença! Posso ter perdido tudo, mas a minha fé ninguém pode roubar de mim. Não entendo porque tudo isso está acontecendo, mas sei que Ele está comigo“. Aqui aprendemos outra importante lição: Deus está liderando a história para o nosso bem.
Jó teve uma longa e sofrida espera, mas aguardou confiante. Sua motivação em esperar não se devia a uma paciência passiva, mas sim, a uma perseverança inabalável. Assim como Jó devemos ter em mente que Deus está trabalhando para um bem maior no final, pois assim lemos em Romanos 8:28: “Sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, dos que foram chamados de acordo com o seu propósito.”
O que DEUS espera de nós é que reconheçamos a sua soberania, assim como fez Jó: “Antes eu te conhecia só por ouvir falar, mas agora eu te vejo com os meus próprios olhos.” – Jó 42:5. O relacionamento de Jó com Deus não era superficial e mesmo assim, ele achava que tudo o que ele sabia do Senhor era apenas “ouvir falar”. Jó conheceu ao Senhor na angústia.
Quando lançamos sobre Ele a nossa ansiedade, deixamos que Ele faça por nós aquilo que sozinhos não podemos fazer. Em Filipenses 4:6 lemos: “Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças”.
Descansar e esperar nEle, nada mais é do que deixar Deus atuar em nossa vida. A cada dia devemos entregar a Deus os nossos sentimentos, ansiedades e preocupações através de nossas orações na certeza de que Ele vai nos atender da melhor maneira possível. Que nosso pensamento seja sempre assim como no Pai Nosso: Seja Feita a Tua Vontade!