A história de Davi e Golias, presente em 1 Samuel 17, é uma história que existe para alimentar a nossa esperança. É uma história para nos mostrar que toda história, por mais trágica que esteja, pode ter um final diferente, afinal de contas, servimos ao Deus que faz coisas improváveis e, por vezes, inacreditáveis aos olhos humanos.
O cenário da história é o de uma guerra. Os exércitos de Israel e os exércitos filisteus estavam acampados no Vale de Elá, um na colina do sul e outro na colina do norte (1 Sm 17:1-3). Entre ambos os exércitos existia um vale, por isso, cada lado aguardava o ataque do outro. Quem se aventurasse primeiro teria grandes baixas, pois teria de descer o vale e subir ao encontro do inimigo.
Diante deste cenário, saiu do arraial dos filisteus um homem incomum. Um guerreiro praticamente invencível: Golias. Golias era um gigante de quase 3 metros (2,90 Mts., aproximadamente), vestia uma couraça de escama pesando mais de 60kg e carregava uma lança de quase 10kg. Alguém calculou que o peso total da armadura de Golias estava na casa dos 115 quilos, e a dos homens comuns, na época, pesavam 27 quilos. Pois bem, este homem se apresentou para batalha diante dos exércitos de Israel, durante 40 dias a fio, duas vezes ao dia (1 Sm 17:4-10, ).
Era comum na época, em vez de se atacarem numa matança coletiva, enviarem um valente para representar os exércitos. Aquele que vencia, vencia em nome de seu exército, e aquele que perdia, perdia em nome do seu exército. Nem sempre isso era respeitado depois da luta, mas acontecia.
O problema é que no caso de Israel, ninguém quis enfrentar Golias, nem mesmo Saul, um dos mais altos homens de Israel. Todos temiam (1 Sm 17:11). Na tentativa de deixar a proposta mais atraente e incentivar alguém a ir ao campo de batalha, Saul ofereceu recompensas generosas. Quem se prontificasse a enfrentar Golias, casaria com a sua filha, receberia muitas riquezas e a casa do seu pai seria isenta de impostos. Mas ainda assim, ninguém se prontificou.
Até que Davi chegou ao acampamento onde as tropas estavam reunidas, exatamente em uma das ocasiões em que Golias estava afrontando o exército Israelita. Ele se indignou com aquilo e não entendeu porque todos fugiam dele. Deus era com Israel. Afrontar Israel era afrontar Deus. Quem ele pensava que era para afrontar o exército de Deus? Davi tinha certeza de que Deus seria com quem fosse contra ele. Aquele gigante era um “zé-ninguém” para o jovem pastor. Mas, em Israel os homens estavam apavorados (1 Sm 17:11-26).
Davi questionou: Quem é este incircunciso, este pagão, este que não faz parte do povo de Deus, para vir até aqui e afrontar a Deus e ao seu povo? Ele havia entendido o âmago da questão. A história de Davi não foi escrita para nos ensinar a tão somente vencermos os nossos gigantes pessoais. Para Davi, provocar o exército de Israel era provocar o Deus de Israel (1 Sm 17:45). Ele não aceitou que se zombasse do seu povo e do seu Deus. Por isso, prontifica-se para a batalha. Para Davi, o gigante não passava de um anão. Gigante para ele era Deus, que o ajudaria na batalha.
Alguma vez você já presenciou alguém insultando o seu Deus e a sua fé, os seus irmãos em Cristo? Já viu seu Deus ser questionado pela mídia? Na Universidade? Por um amigo? Por um familiar? Como lidou com a situação? Temeu a tais afrontas? Precisamos, cada vez mais, de cristãos mais incomodados com a profanação do nome de Deus. Davi é um exemplo de coragem para todos nós. Confiando apenas em Deus, se dispôs a lutar com aquele gigante brutamonte presunçoso. E venceu!
É assim que Deus faz. Ele age a partir de gente que, mesmo a despeito de sua pequenez, fraqueza, falta de habilidades, se dispõem a confiar nele. Faça isso. Não deixe nenhum gigante que vem afrontar sua fé e seu Deus lhe apavorar. Deus faz coisas improváveis. Do lado dele, por vezes, o fraco vence o forte, o pequeno o grande, o inexperiente o habilidoso, o humilde o arrogante!