“Que menino corajoso! Enfrentar um leão e um urso!? É disto que estamos precisando neste exército!”. Pode ser que Saul tenha refletido sobre a coragem de Davi, depois que este lhe contou como matou um leão e um urso. Foi justamente depois deste relato do menino, que o rei permitiu que ele fosse para a luta: “Vai-te, e o Senhor seja contigo!” (1 Sm17:37).
Contudo, antes de sair de sua presença, Saul tenta colocar nele sua armadura (1 Sm 17:38-39). Aquela era a arma de guerra testada e aprovada. O rei escolheu o seu método, quis arranjar Davi para batalha. Até tinha boas intenções, pois ofereceu a Davi o que ele tinha de melhor, humanamente falando. Mas Saul era um adulto, um dos homens mais altos de Israel, e Davi apenas um adolescente (deveria ter por volta de 20 anos). É óbvio que a roupa não ficou certa para ele. E outra: não havia milagre na roupa de Saul. Davi precisava de um milagre.
Davi abandonou a roupa e foi com aquilo que ele estava acostumado a utilizar: seu cajado, sua funda, e sua fé em Deus. Ele escolheu cinco pedras lisas, e foi para a batalha (1 Sm 17:40). A funda era uma arma perigosíssima. Os exércitos da época já a utilizavam. As pedras usadas eram pouco maiores que as bolas de tênis que conhecemos, pesavam até meio quilo e podiam atingir mais de 100Km por hora, dependendo do arremessador. O impacto de uma destas pedras poderia fazer um estrago considerável em quem quer que fosse. Essa era uma arma usada por pastores na defesa de seus rebanhos. Davi sabia utilizá-la. Era o que ele precisava, junto com a sua fé em Deus. E foi para batalha.
Esse trecho da história de Davi é muito curioso e instrutivo. Ele nos ensina que cada um é cada um. O que dá certo para algumas pessoas pode não dar certo para outras. Swindoll nos lembra que “estamos sempre tentando colocar a nossa armadura em alguém ou tentando usar a armadura de alguém – mas não é assim que se luta”. Deus nos usa como nós somos; com nossas habilidades, gostos, propensões.
Não tente ser quem você não é. Pergunte sempre a Deus as formas de usar as suas habilidades e dons para servi-lo em seu dia-a-dia. Ele vai prover os recursos de que você necessita. Diante dos gigantes que afrontam nossa fé e nosso Deus, confiemos N’Ele! Ele pode nos usar em nosso contexto, a partir de nossas habilidades, para fazer grandes coisas em sua obra e para sua glória!
