CELEBREMOS A PÁSCOA! – Parte 2

Terminamos nosso último post com o texto de 1 Co 5:7-8, escrito por Paulo, onde ele diz que Cristo é a “nossa páscoa”, e depois exorta: “celebremos a festa”. Em que sentido o apóstolo quer que “celebremos a festa da páscoa”? Não creio que ele faz esta exortação em termos literais. Paulo não está pedindo que os cristãos celebrem a páscoa judaica, senão ele estaria diminuindo o significado da expiação de Jesus, o cordeiro sacrificado de modo definitivo (verdade que ele também abordou neste texto). Na verdade, ele usa a cerimônia da celebração da páscoa entre os judeus como uma metáfora para a vida cristã. Vamos tentar entender esta metáfora?

O contexto de 1 Coríntios 5 é o pecado. Paulo está oferecendo orientações à igreja sobre como agir frente a um pecador imoral que não quer se arrepender. Nas orientações de Paulo este pecador deve ser excluído da comunhão da igreja (v.5), pois um pouco de fermento pode levedar toda a massa (v.6). Ele usa o “fermento” aqui como símbolo do pecado. Na linguagem deste texto, se ninguém tomar atitude contra este irmão, ele vai acabar influenciando outros. Daí entra a imagem da comemoração da páscoa judaica. Paulo diz: Lançai fora o fermente velho… (v.7a). Quando se aproximava a época de comemorar a páscoa, o judeu se livrava de todo o fermento que houvesse em casa, pois junto com a páscoa eles comemoravam a festa dos pães asmos, em que ficavam sete dias sem comer pão com fermento. Tudo isso era feito antes do cordeiro ser oferecido no templo.

Levando-se em conta que o fermento era símbolo do pecado, e este contexto mencionado, não é difícil deduzir o que Paulo está pedindo. Assim como os judeus tinham de se livrar de todo o velho fermento de suas casas e comer pão sem fermento durante sete dias, os cristãos devem se livrar do pecado em sua vida. Devem fazer isto para mostrar que são “nova massa”, isto é, um novo povo em Cristo. A razão? Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado (v. 7b). A expressão “foi sacrificado” indica um ato definitivo e completo. Observe que verdade gloriosa Paulo está anunciando: os judeus se livravam do fermento velho antes de comemorar a páscoa, mas a nossa páscoa já foi sacrificada, definitivamente. Cristo é o sacrifício perfeito. Ele é a solução do pecado no meio do seu povo. Os nossos pecados foram perdoados por ele na cruz, definitivamente. Somos libertos da penalidade do pecado, e estamos sendo libertos de seu poder. Por isso devemos lutar contra o pecado em nossa vida cristã! Apressadamente nos livremos de todo fermento velho!

À luz desta explicação, chegamos à expressão “Pelo que celebremos a festa”. Que festa? Não a páscoa judaica e nem mesmo a ceia do Senhor. Ele está comparando a vida cristã com uma festa da páscoa contínua. Podemos nos alegrar, continuamente, porque Cristo nos limpou dos nossos pecados! “Celebrar a páscoa”, neste texto, é viver esta certeza da vida cristã. Como? Fugindo do pecado (não com o velho fermento), vivendo a nova vida (comendo os asmos da sinceridade e da verdade).

Metaforicamente falando, a vida cristã é uma páscoa contínua. E neste sentido, podemos celebrá-la. Por isso o título do artigo: “Celebremos a Páscoa”. Apesar de não ter problema comer um ovo feito de chocolate, não celebramos esta páscoa de 1 Coríntios 5 fazendo isso. Celebramos Cristo, nossa páscoa, louvando e nos alegrando em Deus todos os dias pelo que foi feito no calvário, onde nossos pecados foram perdoados, e vivendo a nova vida, fugindo a todo custo das más influências do pecado.

Para este período de páscoa que se aproxima, onde pessoas de todo o nosso país celebrarão esta festa, você pode simplesmente dizer que é contra tudo e demonizar a palavra “páscoa”, o coelho, o ovo, etc.; ou aproveitar estes dias, mesmo a despeito destes elementos, para falar da verdadeira páscoa, que todo cristão deve e pode comemorar todos os dias. Por este texto, você já sabe da minha escolha.

Que o Senhor continue tendo misericórdia de nós!

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