Amar sem medo

Quem nunca foi ferido que atire a primeira pedra! Todos nós em algum momento da vida nos decepcionamos com alguém e certamente decepcionamos os outros. Muito possivelmente você supõe que foi mais ferido do que feriu, afinal, é da nossa natureza amenizarmos os nossos erros e superestimarmos os dos outros. Somado a isso, a vida vai nos ensinando a não nos expormos, não confiarmos tanto, não nos envolvermos tanto – uma casca fina facilmente é ferida, já uma casca grossa nos protege melhor.

Acabamos por ficar receosos das intenções das pessoas que se aproximam da gente e acaba sendo natural não se envolver com as pessoas, pelo menos a maioria delas, as que não são da nossa “panelinha”. A “casca-grossa” que adquirimos com as decepções da vida, na verdade, são os nossos temores criando um distanciamento entre nós e as pessoas, num pensamento de que uma vez feridos, sempre seremos feridos ou desapontados em situações semelhantes; acaba sendo arriscado se envolver com o “próximo”.

Temos os mais diversos tipos de temores que nos aprisionam, impedem-nos de viver a vida de Cristo e quando falamos de relacionamentos humanos, limitam a manifestação do amor de Deus através de nossas vidas, deixando de abençoar outras pessoas com esse amor. Mas não é assim que recebemos de Cristo.

Há muitas pessoas solitárias, carentes e necessitadas de cuidado, de palavras de amor e aceitação. Muitas delas veem a igreja esperando encontrar o amor de Deus além da palavra pregada nos púlpitos, além das formalidades de um feliz sábado ou de um desejo de Paz do Senhor nos dias de culto. Algumas delas já estão com a gente a muito tempo, mas o costume, o convívio de longa data pode acabar tirando a nossa sensibilidade para essas necessidades.

A primeira epístola de João poderíamos chamar de “A Epístola do Amor”. Lemos no cap. 4, verso 18: “No amor não há medo; pelo contrário o perfeito amor expulsa o medo, porque o medo supõe castigo. Aquele que tem medo não está aperfeiçoado no amor.”

O amor é uma boa medida de autoexame da nossa permanência em Deus. Somos desafiados a amar mais do que simplesmente gostar, amar aqueles que não tem nada a dar em troca, amar quem é diferente da gente, quem nos dá motivos para não amá-lo… A lista é extensa, mas assim “como Deus nos amou, devemos amar uns aos outros” (1 Jo 4:18) e isso não é pouca coisa.

No dia do juízo, nada vai justificar falta de perdão ou aquele tipo de amor sem graça e teórico. Deixemos que o Espírito Santo molde em nós o caráter de Cristo ”para que no dia do juízo tenhamos confiança, porque neste mundo somos como ele” (1 Jo 4:17).

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