O Amor de Deus – trilogia

“Se alguém diz: ‘Eu amo a Deus’, mas odeia seu irmão, é mentiroso. Pois ninguém pode amar a Deus a quem não vê, se não amar o seu irmão, a quem vê” – (I João 4:20)        

Perdoem-me se meu texto fala de amor e o iniciar cogitando a possibilidade de sermos mentirosos, mas o versículo de I João [1] é perturbador, aliás, sua Primeira Epístola é mesmo um convite ao questionamento e uma excelente oportunidade de entendermos o verdadeiro sentido e significado de AMOR.

Se você folhear esse livro, vai observar que ele considera o amor como o novo mandamento (2:7-17), em seguida mostra como é grande o amor de Deus por seus filhos (3:1-10), continua considerando que devemos amar uns aos outros (3:11-18) e finaliza dizendo que Deus é o próprio amor (4:7-21).

Alcançarmos esse penúltimo tópico para absorvermos o último é o desafio que lanço a você agora. Tenho um palpite, gostaria de dividi-lo com você, pode ser?

Quando comecei a meditar no “amar uns aos outros” e na expressão “Deus é amor” tão batida no meio evangélico, veio-me à mente algo que sempre cri piamente como uma verdade absoluta. Acredito até que é ponto passivo entre nós, ao menos baseado no senso comum, pois particularmente, nunca ouvi ninguém questionar essa espécie de axioma: falo do PAR como formação ideal de amar.  Acontece que a maior e mais perfeita expressão de amor existente vem em forma de trilogia: Pai, Filho e Espírito Santo.

Foi então que percebi que as várias formas de amar precisam ter um ponto de equilíbrio – uma terceira pessoa [2]. Quando pensamos em um casal, a própria Bíblia diz que o cordão de três dobras não se arrebenta com facilidade, o que faz com que ouçamos em casamentos que todo casal precisa convidar a terceira pessoa para o lar, Jesus Cristo. Mas o nosso assunto é relacionamento com Deus, e esse relacionamento de amor só tem sentido se entre adorador e adorado houver o terceiro elemento – o próximo; este será a prova de que o sentimento que nutrimos por essa divindade é realmente verdadeiro, pois se não amamos a quem vemos como poderíamos amar a quem não vemos?

O amor vertical é preenchido pelo amor horizontal, e a terceira pessoa – nosso semelhante – é uma prova que realmente estamos ligados a Deus. Sendo assim, se dizemos que amamos a Deus, devemos vivenciar esse amor com e através de nosso próximo, a terceira pessoal essencial para que esse amor seja concreto. Dessa maneira a tese é: o amor verdadeiro tem sua completude em um tripé, assim eu penso, e você?

Que o amor revelado a nós por meio da Triunidade (no Pai ao doar seu Filho; no Filho, a morrer por nós; e no Espírito Santo, a interceder por nós) nos faça viver a realidade de amar nosso próximo como a nós mesmos nessa trilogia de amor, sem faltar com a verdade.

 

[1] Não é sem propósito que ele é considerado o apóstolo do amor.

[2] A esse respeito, recomendo a leitura de SOUZA, Ricardo Barbosa. Caminhos do Coração – Ensaios sobre a Trindade e a Espiritualidade Cristã. Curitiba: Encontro, 2004. Lá encontrei mais material para confirmar minha “tese”.

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